segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Manifesto do III Encontro Norte/Nordeste da Rede Mocambos

Contra a ADIN nº 3239
que ataca os direitos dos quilombolas



Em 20 de novembro de 1695 o maior líder do povo negro no Brasil foi assassinado no território que muitos negros escolheram e mantiveram por quase um século com o intuito de viver longe da lógica racista que impregnou a alma da nossa sociedade com a colonização portuguesa. Foi quando Zumbi e o Quilombo de Palmares sumiram da terra e estariam mortos para a história se não fosse a resistência negra que insiste em lembrar ao Brasil de que a riqueza que a atual elite branca herdou não seria possível sem a exploração do trabalho africano neste solo.
Passados mais de 500 anos de história oficial os/as quilombolas de hoje estão ameaçados/as de perderem seus territórios, onde vivem há séculos fora da lógica capitalista e ameaçados/as de morte pela elite branca latifundiária deste país.
Atualmente as comunidades quilombolas pouco podem fazer para se defenderem levando em conta a estrutura do Estado que persiste em reproduzir o racismo institucional; o Incra não consegue titular e nem garantir a integridade dos territórios quilombolas. Por tudo isso líderes quilombolas são ameaçados de morte quando exigem paras suas comunidades o que lhes é de direito.
A injustiça mais uma vez mostra sua face, agora, pela ADIN(Ação Direta de Inconstitucionalidade) nº 3239 de 2004 encaminhada pelo então deputado Valdir Colatto – à época no partido PFL, agora chamado de Democratas, e atualmente filiado ao PMDB(SC), em que pretende interferir no processo de reconhecimento dos quilombos, tirando-lhes o direito de dizer quem são e de onde vem. Esta é mais uma prova do racismo que ainda impera no Brasil e que a sociedade brasileira não pode fechar os olhos para isso sob pena de recusar a existência de uma democracia verdadeira.
A Rede Mocambos – uma rede de articulação em torno dos direitos quilombolas e da democratização da informação no combate à exploração e discriminação contra os povos não-brancos -  repudia a ADIN nº 3239 do deputado Valdir Colatto.
Esperamos que o Estado brasileiro se dê conta da atrocidade que esta ação representa para a suposta democracia racial brasileira que muitos dizem existir.
  Se a ADIN 3239 for aceita pelo STF, os títulos expedidos que garantem o direito judicial aos territórios por parte dos/as quilombolas poderão tornar-se sem efeito. E os critérios de reconhecimento das comunidades de quilombo alterarão de forma a delegar a terceiros o direito de dizer quem são os quilombolas. Estará dada a mensagem a todo povo brasileiro de que o Estado trabalha contra os direitos do povo negro seja apelo esquecimento do poder executivo, a negligência do poder legislativo e a ação parcial do poder judiciário.
A rede Mocambos e o povo de matriz afroindígena esperam também do governo Dilma Rousseff a atenção que o povo negro merece porque estes povos TAMBÉM VOTAM e votaram pela continuidade da redução das desigualdades esperando que o Brasil não cresça sem levar os negros e negras brasileiras para longe do futuro que tanto almeja.
O Estado brasileiro não pode retroagir em relação aos direitos das comunidades quilombolas e deve cumprir com seu dever de combater as desigualdades sociais que tanto afligem nosso povo criando um abismo racial entre brancos e não-brancos.
ABAIXO O LATIFÚNDIO!
ABAIXO A BANCADA RURALISTA!
ABAIXO O RACISMO QUE TIRA OS DIREITO DOS/AS/ QUILOMBOLAS!
POR UM MUNDO MAIS JUSTO E MAIS DO NOSSO JEITO!

Itacaré, Bahia, 06 de novembro de 2010


Postado por Tonton Fya Burning

domingo, 21 de novembro de 2010

20 de novembro dia da conciência negra

Caminhada realizada em Ilhéus, organizada pelo CEACI( Conselho das Entidades Afro Culturais de Ilhéus).
Saio da avenida 2 de julho à 9:00 hs da manhã pela Marques de Paranaguá percorrendo a 7 de setembro, alcançando a avenida Soares Lopes, finalizada na praça do teatro com palestras e reinvindicações.O CEPAPA prestou apoio ao evento. que contou principalmente com os colégios municipais,Secretaria Municipal de Educação,blocos Afros e movimentos de combate ao preconceito racial.




















postado por: Estevinho

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Conciência negra ou inconciência humana?

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594)

 A intenção de comemorar essa data – 20 de novembro – se deu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O primeiro passo foi dado, conta o historiador Alfredo Boulos Júnior, pelo poeta Oliveira Silveira, membro do Grupo Palmares, uma associação cultural negra (foto abaixo). Ao conhecerem o livro “O Quilombo dos Palmares”, de Edison Carneiro (baiano), os participantes dessa associação entenderam que Palmares foi a maior manifestação de resistência negra na história brasileira.


No dia 20 de novembro de 1971, no Clube Náutico Marcílio Dias, fez-se a primeira homenagem a Zumbi dos Palmares. Esse foi o primeiro passo para que ocorresse em Salvador no dia 7 de julho de 1978, uma proposta pelo MNU – Movimento Negro Unificado – para que em 20 de novembro fosse o dia Nacional da Consciência Negra. Associações e Movimentos Negros de todo o país aceitaram a proposta e essa data representa o resgate no sentido político de luta, da resistência contra a opressão social.
Assim, a partir da década de 70, Zumbi passou a ser valorizado no contexto de luta contra o mito da “democracia racial”, auxiliando na desmistificação que a história apregoa sobre o tipo de relações raciais desenvolvidas no Brasil, como sendo uma escravidão pouco violenta e de resistências sem tanta importância.           
      
A visão da “democracia racial” ainda tenta apresentar para a sociedade a idéia de que os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil existentes viveram e ainda vivem harmoniosamente diferentes da resistência dos outros paises. Daí a importância de Zumbi dos Palmares, sua representação ativa e rebelde se contrapõe a toda essa idéia instituída pelo branco.

 A imagem de Zumbi (à esquerda) não só representa a resistência negra, mas, contribui também, para que negros e brancos compreendam, aceitem e reconheçam as diferenças humanas.
Em 2003, foi sancionada a lei 10.639/03 sendo instituída obrigatoriedade da inclusão da História da África e da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio. A lei também determina que o dia 20 de novembro deverá ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra.




Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da Comunidade Negra e dos Movimentos Negros de todo Brasil.

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.


fontes: http://www.wikipeia.org/
           http://www.superpesquisa.com/
           http://www.overmundo.com.br/


postado por: Estevinho

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Audição CEPAPA


Audição para peça teatral promovido pelo CEPAPA. No Espaço Cultural Casa Aberta,Outeiro/Centro - Ilhéus/Ba. às 18:00. Dos Dias 16/11 até 19/11 2010.

Seleção para elenco, de Duas peças com a temática voltado a:

- Inserção do negro na sociedade contemporânea;
- Conto de um guerreiro africano que é trazido ao Brasil colonial 1.650. (espetáculo com dança)

Realização CEPAPA e Cia Casa Aberta de Teatro/CCAT.



CEPAPA - Centro de Estudo Pesquisa e Aplicação Pan-Africanista.
http://pan-africano.blogspot.com/

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para onde vamos




A maioria das civilizações Europeias conquistaram (invadiram) outras civilizações, se apropriaram de suas ciências, culturas, religiosidades, arquiteturas, simbologias gráficas, escritas, metais valiosos a exemplo do ouro... A principal é a Romana que através da sua religião, impôs ignorantemente essa mistura de crenças e valores adquiridos de maneira violenta. Em tempos antigos de guerra se eliminavam todos os inimigos, mas depois de conhecer os Egípcios que escravizavam os inimigos para trabalhos em que seus povos não poderiam e nem queriam fazer a exemplo das grandes pirâmides, a escravidão se tornou uma pratica Europeia que cominou com uma escravidão em massa na África resultando em anos de tráfico de escravos originados da África para trabalhos braçais em outros continentes como Europa, América, etc... E posteriormente justificado ignorantemente por uma suposta inferioridade do ser humano africano. Dessa maneira foi iniciada uma nova éra na vida humana em que a sobreposição pela força tomou o lugar da competição primária pela sobrevivência, em que o homem nômade e tribal vivia em relativa harmonia e igualdade de vivência na África.  

A aldeia maasais ainda permanece em modo original.
Nos tempos atuais essa pratica se aprimorou, porém, é necessário ter uma motivação justificável antecipada (uma acusação de qualquer natureza e a mais usada é o terrorismo) para o inicio de uma invasão a exemplo do Iraque invadido pelo USA ambicionando o petróleo. Em função dessas atitudes bárbaras, foram criados diversos tratados formados por grupos de específicos de países para coibir essa pratica, no entanto nem todos os países respeitam esses tratados em função de seus próprios interesses.
 No tratado de Berlin em 1884/1885 potências europeias decidiram como ocupariam (invadiriam) o continente africano sem respeitar a sua pluralidade étnica e cultural, para exploração de suas riquezas naturais (matérias primas de necessidade da industrialização europeia)em função da eminente abolição da escravidão e consequente marginalização dos afrodescendentes. Os resultados dessa catástrofe podem ser visto hoje nas estatísticas de desemprego, nas ruas, presídios e favelas das metrópoles e grandes cidades do mundo todo.

                            Precisa dizer mais alguma coisa?

publicado por: Estevinho

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Primeiros Idealizadores Pan-Africanistas


                      
Marcus Mosiah Garvey







Marcus Mosiah Garvey nasceu em Saint Ann's Bay, capital da paróquia de Saint Ann, Jamaica. Ele era o mais novo de 11 filhos, 9 dos quais morreram ainda na infância. Garvey frequentou a escola infantil e elementar em Saint Ann's Bay, e era tido como aluno brilhante. Ele também recebeu instrução particular de seu padrinho Alfred Burrowes, proprietário de uma oficina gráfica. Com 14 anos Marcus Garvey tornou-se aprendiz no negócio. 
Marcus Mosiah Garvey foi um comunicador, empresário e ativista jamaicano (Saint Ann's Bay, Jamaica, 17 de agosto de 1887 – Londres, 10 de junho de 1940). É considerado um dos maiores ativistas da história do movimento nacionalista negro. Garvey liderou o movimento mais amplo de descendentes africanos até então; é lembrado por alguns como o principal idealista do movimento de "volta para a África". Na realidade ele criou um movimento de profunda inspiração para que os negros tivessem a "redenção" da África, e para que as potências coloniais européias desocupassem a África. Em suas próprias palavras, "Eu não tenho nenhum desejo de levar todas as pessoas negras de volta para a África, há negros que não são bons elementos aqui e provavelmente não o serão lá." Apesar de ter sido criado como metodista, Marcus Garvey se declarava católico.
 



William Edward Burghardt Du Bois






William Edward Burghardt Du Bois (pronuncia-se /duːˈbɔɪs/[1] 23 de fevereiro de 1868 - 27 de agosto de 1963) foi um líder intelectual da comunidade negra na América. Em várias funções como ativista dos direitos civis, Pan-africanista, sociólogo, historiador, escritor e editor. Biógrafo David Levering Lewis escreveu: "No decorrer de sua turbulenta carreira longa, WEB Du Bois tentou virtualmente toda solução de possíveis para o problema do século XX, o racismo bolsa, propaganda, integraçãonacional, autodeterminação, direitos humanos, culturais e económica separatismo, política internacional, o comunismo, expatriação, do terceiro mundo a solidariedade. "[2]
Du Bois se formou em Harvard, onde obteve seu doutorado em História, mais tarde ele se tornou um professor de história e de economia na Universidade de Atlanta. Ele se tornou o chefe da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), em 1910, tornando-se fundador e editor da revista da NAACP The Crisis. Du Bois levantou-se a atenção nacional em sua oposição de Booker T. Washingtons idéias "de alojamento com Jim Crow separação entre brancos e negros e da exclusão de negros, em campanha em favor da representação política aumentou para os negros, a fim de garantir os direitos civis e da formação de uma elite negra que iria trabalhar para o progresso da raça American Africano.

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